sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Registros de carnaval



quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Tatuagem

Ai, que coisa boa foi esse carnaval... De noite dancei, de dia curti uma lua de mel... Lá fora chovia, parecia que o mundo ia se acabar, e nós enroscados na minha cama ouvindo Chico Buarque... Uma delas me marcou, tal qual seu nome, tal qual você, meu amor...

Tatuagem

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem pra seguir viagem
Quando a noite vem

E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega, mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina, salta e te ilumina
Quando a noite vem

E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas mas no fundo gostas
Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sente

Marido rico


Quando criança brincávamos de escrever os nomes dos garotos que gostávamos e, após umas contas sem muita lógica, descobríamos com quem iríamos casar e quantos filhos teríamos, entre outras coisas. Minhas amigas daquela época diziam que queriam um marido rico e, ao analisarem os dedos do meu pé, diziam que eu não iria mandar no meu marido. Eu respondia que não queria nem uma coisa nem outra. Queria era ser rica e ter o marido que quisesse e não achava necessário mandar em ninguém.
Mais de 20 anos depois percebo que não mudei minha posição. O desejo de independência que aflorava naquela época se estabeleceu.
Eu não casei, mas tive uma filha que crio sozinha. Elas casaram – todas – mas nenhuma com marido rico, apenas fazem coro com a classe média quase extinta. Hoje olho para trás e me vejo mais realizada que a maioria. Não me arrependo de minhas escolhas. Aliás, me orgulho delas. Não fiquei rica também, mas construi uma carreira e sigo em busca de melhorias sempre. Hoje me divirto, rio mais que choro e mantenho a fé. Hoje já não faço mais questão de marido, apenas de um companheiro amante que me admire e me bote pra cima. Marido rico pra que, se o que a gente precisa é tão pouco...